Pele tão escura, quanto claro é o turbante.
Alegria a irradiar por cada poro.
Joelhos na areia, mão, a tocar o céu.
Mãos na areia, fé a atingir o céu.
Amigos em comunhão a abraçar,
Mulher e filhos, com amor a beijar,
E em uníssono, um bom Deus a agradecer.
—Nunca vi tanta fé!
Tamanha façanha só poderia ter o dedo do criador.
—Nunca vi tanto agradecimento!
Tamanha graça só pode ter sido fruto de muita oração.
—Nunca vi tanto louvor!
Tantos fiéis orando pelo mesmo Deus.
Quisera tê-los conhecido antes.
Pudera tê-los entendido melhor.
Ousara ter dialogado um pouco.
Hoje o sol brilharia mais.
O silêncio que de súbito virou festa,
Vai aos poucos retomando o seu lugar.
O calor que ligeiro tomou meu peito,
Vai sem pressa escoando para a areia.
A luz do dia que sempre me guiou,
Vai perdendo seu brilho.
A noite fria que sempre me trouxe alento,
Vem desabrochando sem estrelas.
Que Deus poderoso e fiel é o deles,
Que atende aos pedidos do seu rebanho,
E vem a terra com eles comemorar?
Que Deus piedoso e gentil é o meu,
Que me guiou até tão longe do meu povo,
Só pra mostrar-se único?
Se não fosse pelo poder da lição.
Se não fosse pelo impacto da didática.
Estaria com eles a louvar nosso Deus.
Ignorando a lança que o crucifixo transpassou.
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