Esse blog foi criado pelos alunos do professor Ricardo para divulgar os rascunhos literários.
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domingo, 11 de abril de 2010

Skaz - Alvaro Freitas

Festa! Aquilo estava horrível como todas as festas costumam ser. De repente chega aquela criatura. Ele fica lá, plantado na entrada do salão como um idiota querendo dizer: “Olha gente, eu estou aqui!”. Ridículo. O pior não foi isso, todo mundo na festa parou e ficou olhando para ele como se nunca tivessem visto um cara grande com cérebro pequeno. Eu não dou a mínima! O que me aborreceu foi a Virgínia. Eu levei ela àquela festa horrorosa, estava lá agüentando toda aquela chatice, firme, do lado dela, e ela, ao primeiro babaca que chega, fica lá babando. Ainda, se o cara tivesse algum talento, vai lá... Mas não. Se usar camisa apertada fosse talento, ele até que poderia dizer que tem algum. De uma hora para outra, depois de babar muito, ela, cinicamente, se vira para mim e diz: “Eu conheço ele de algum lugar!” A Virgínia tem o costume de só porque teve um namorado retardado, achar que conhece todos. Ai, como se não tivesse outro lugar no universo para ir, o ostrogodo resolve vir em nossa direção. Maldita hora. Maldita festa. Maldita criatura. A tonta lá, olhando aquela coisa disforme desfilar. No que o babaca passa na nossa frente, olha para ela e diz: “Oi Virgínia!”. Oi Virgínia... Só podia ser um analfabeto mesmo. Não tinha nada melhor para dizer do que: “oi Virgínia”? Claro que não! Devia ter usado todo o vasto repertório naquela frase. E olha que a metade do repertório era uma monossílaba. Ela só faltou tirar a camisa e esfregar os peitos na cara do gorila. Foi ridículo! Ainda por cima, teve a coragem de sorrir e responder com o “oi” mais vulgar que eu já ouvi em toda a minha vida. “Vai lá e dá logo pro cara!” falei. Ela, nem me ouviu, também, para ela não tinha mais ninguém na festa, só faltava bater as asas e sair cacarejando atrás dele. Que humilhação! Como pode alguém se rebaixar a esse ponto? Eu conheço muito bem as mulheres, se eu tivesse dito alguma coisa, ela iria dizer que eu era um exagerado. Exagerado! Eu? Pena que não filmei aquele “oi”. Aquilo sim me daria um Oscar na categoria baixaria. Quer saber? Eu não vou é falar nada! Em compensação, não vá ela pensar que eu vou ficar feliz da vida ao lado dela. Eu não! Ela vai ter que aprender que mulher minha não fica galinhando por ai. Oi. Só me faltava essa!

3 comentários:

  1. Li os trabalhos que colocou no blog e achei muito interessante sua diversidade e criatividade.Se não colocar seu nome, já da para identificar o que escreve. Isto é muito importante, criou um estilo. Meus párabéns.

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  2. Alvaro,
    Realmente este seu estilo rápido e rico em diálogos bastante naturais é muito marcante.
    Um abraço.

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  3. Dizem que as novelas, contos,enfim as estorias copian a vida, abaixa aqui, Ho caiu um botão, vc conhece esse mala hehehehehehehehehe?

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