- Oi Joãozinho! Está preparado? Se lembra que hoje vamos falar com o pai sobre o nosso namoro, né?
- É o amor, que mexe com a minha cabeça e me deixa assim.
- Ai amor, eu falo sério, você tem que parar com essa mania de falar cantando, meu pai pode não gostar.
- Don't worry about a thing, 'Cause every little thing is gonna be alright.
- Ai deus, no que é que isso vai dar?! Olhe lá, ele está chegando...
- Ola camarada, eu sou o pai da Mariazinha.
- Alô criançada o Bozo chegou!
- O que foi que você disse?
- Digo, muito prazer Sr.
- Ah, está bem, e como você se chama?
- Para alegrar a rapa nas ruas da sul eles me chamam Brown, maldito vagabundo, mente criminal.
- O quê?
- Desculpe, me chamo João Sr.
- Imagino que já deva saber, nossa família tem uma empresa muito bem sucedida, muito conforto financeiro, belos carros e moramos numa linda casa na Granja Viana. E você onde mora?
- A lua cheia clareia as ruas do Capão.
- Capão, Capão Redondo!? Fala sério? Bem, deve ter algum condomínio luxuoso pra esses lados também. Não é o melhor lugar pra se escolher, mas, se vocês tiverem carros blindados, por mim tudo bem.
- E no que você trabalha?
- Estátuas e cofres e paredes pintadas, ninguém sabe o que aconteceu.
- Ah, deve ser com obras de arte e coisas relacionadas a museus então.
- Mas como é o ramo? Você lucra muito com isso?
- Ora bolas, não me amole, com esse papo de emprego, não ta vendo, não tô nessa, e o que eu quero é sossego.
- O que! Você não trabalha então?
- É prosti é prostituto.
- Nossa! Isso só pode ser linguagem de jovem mesmo. Deve ter outro significado. Tudo bem, deixe pra lá. E por que é minha filha se apaixonou por você, o que foi que você disse à ela?
- E por você eu largo tudo, carreira, dinheiro e canudo.
- Bem, não estamos nos entendendo direito. Vamos ao mais importante então. Quais são mesmo as suas intenções com a minha filha?
- Créééu, créééu, créééu!
- Já chega, alô, é da polícia? Há um elemento aqui em minha casa que quer desonrar a mim e a minha família, levem-no daqui!
- Polícia para quem precisa, polícia para quem precisa de polícia!
- Pai, não, não faça isso com o Joãozinho, por favor!
- Seu guarda eu não sou vagabundo, eu não sou delinqüente, sou um cara carente.
- Agora você vai ver o que é bom pra tosse, pensa que vai ficar a atrapalhar as pessoas assim, seu marginal.
- Deixe me ir preciso andar, vou por aí a procurar, rir pra não chorar.
È legal a idéia deste jogo de música, papo fútil em hora que deveria ser papo sério.Na real sai pancadaria. Beijos.
ResponderExcluirGostei muito! Escrever é criar contrastes, ficou muito bacana.
ResponderExcluirGrande abraço,
Ricardo Ramos Filho