Esse blog foi criado pelos alunos do professor Ricardo para divulgar os rascunhos literários.
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segunda-feira, 22 de março de 2010

Uma Partida de Futebol

Era um domingo, uma tarde quente de fevereiro, o desfile das escolas de samba do Rio seria naquela noite. Todos estavam apreensivos pela conquista do campeonato.

A Unidos da Ponte faria a sua primeira apresentação no grupo especial.

Para comemorar, o pessoal da comunidade organizou uma festança! Muita bebida, churrasquinho, samba e futebol.

A partida seria de casados contra solteiros, sendo que todos jogariam vestidos de mulher, uma homenagem a Dona Beija, samba-enredo do carnaval passado que fizera a sua escola vencedora conquistando o passe para o grupo especial.

Quando todos os homens estavam prontos para o jogo e entraram em campo, foi uma gargalhada geral, alguns de mini saia, peruca loira, ruiva; outros usando sutiã com enchimento, batom e blush, um capricho só. Mas foi só dar o apito inicial da partida que a coisa ficou séria, numa primeira dividida Zequinha, atacante do time dos solteiros teve a sua saia arrancada pelo Armandão, beque do time dos casados.

Diziam as más línguas que Zequinha andava saindo com a mulher do Armandão e pelo visto parecia que a coisa era séria. Em toda dividida entre, Armandão e Zequinha, a coisa ficava preta; Armandão não aliviava não! Sempre entrava de sola em Zequinha, até que, ainda no primeiro tempo, Zequinha se enfezou e foi tirar satisfação com o juiz.

Mas o árbitro não deu a menor atenção para Zequinha, isso porque o mediador era irmão de Armandão e não estava gostando, nada... nada, do comportamento de sua cunhada pela comunidade: Onde já se viu receber um homem em casa todas as tardes enquanto seu marido ralava nas estradas dirigindo caminhão.

Terminado o primeiro tempo, os ânimos estavam exaltados, a torcida percebeu que o clima tenso no campo ia além de uma simples partida de futebol. A solução seria substituir um dos jogadores para evitar o pior. Mas nenhum deles quis perder terreno e uma nova etapa se iniciou.

O mediador estava no centro do campo, pronto para dar o apito inicial quando se ouve um tiro! BUMM!!!

Armandão aparece desfalecido no meio do campo e atrás dele sua esposa, com uma garrucha na mão.

Todos ficaram ali parados imóveis vendo tudo acontecer, tão de perto, uma cena tão dantesca.

Por que aquilo? Por que Matilde, esposa de Armandão, matara seu marido ali na frente de todos, tudo isso por amor a Zequinha?

E nessa mesma hora, enquanto o corpo de Armandão caia inerte na grama, ouve um grito histérico!

- Meu Deus, mataram meu amado...

Era Zequinha, totalmente transtornado pelo assassinato de seu amante.

- Não posso viver sem você, continuou Zequinha, que pegou o revolver da mão de Matilda e se suicidou

Logo depois veio o camburão e levou Matilde algemada.

Nunca, ninguém jamais esqueceu aquela tarde tão conturbada de carnaval.

2 comentários:

  1. Começou com o pé direito como se diz. Achei muito bem conduzido e com um final inesperado. Meus parabéns.

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